Ninguém sabe ao certo o número de filmes. Alguns falam em algo entre 300 e 400 produções. Tampouco há uma vertente estética que confira à ressurreição do cinema brasileiro um caráter de movimento. A única certeza é a de que a Lei do Audiovisual, promulgada em 1993, tirou a produção cinematográfica do atoleiro em que se encontrava nos anos imediatamente anteriores em razão da omissão e de desastradas intervenções do poder público.
Em 1994, o filme Carlota Joaquina, dirigido por Carla Camaruti, daria início ao que se convencionou chamar de Cinema da Retomada. O ano seguinte, porém, pode ser considerado um marco por trazer à tona uma produção regular, coisa na época inimaginável até para os mais otimistas. Há divergências sobre a ordem cronológica da Retomada. Para alguns, Cidade de Deus (2002) decretou seu fim; para outros, a vitalidade da indústria cinematográfica brasileira é um sintoma de que ela está longe de esgotar-se.
O fato é que, nestes últimos dez anos, os realizadores brasileiros foram responsáveis por uma produção rica e diversificada. Para fazer um balanço crítico deste período, o Jornal da Unicamp convidou três professores do Departamento de Cinema (Decine) do Instituto de Artes (IA): Fernão Pessoa Ramos, Fernando Passos e Nuno Cesar de Abreu, os dois últimos também cineastas. O diagnóstico: o cinema nacional não só está muito vivo, como também retrata as contradições do país
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2005/ju304pag05.html
Sem comentários