Jornal da UNICAMP – Luz e sombra no Brasil que sai das telas – Alvaro Kassab

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 Fernando Passos é professor do Departamento de Cinema (Decine) e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Artes, onde pesquisa processos criativos na realização de filmes e vídeos. Como realizador obteve prêmios nos festivais de Gramado, Rio Cine e Oberhausen. (Foto: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)     Fernão Pessoa Ramos é professor Departamento de Cinema do Instituto de Artes. Foi presidente fundador da Socine (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema) e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Multimeios (1996/2000). Publicou Cinema Marginal: a representação em seu limite (1968/1973) (Ed. Brasiliense, 1986); História do Cinema Brasileiro (Art Editora, 1987); Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Ed. Senac, 2000) e Teoria Contemporânea do Cinema (Ed. Senac, 2005) (Foto: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)    Nuno Cesar de Abreu é professor do Departamento de Cinema do Insituto de Artes. Realizou vários curta-metragens, entre os quais Mad-Moré, O incrível Sr. Blois, A respeito do Movimento Constitucionalista de 1932, e o longa metragem de ficção Corpo em delito. Publicou O Olhar pornô - a representação do obsceno no cinema e no vídeo, e tem no prelo Boca do Lixo - cinema e classes populares.  (Foto: Antoninho Perri/Antonio Scarpinetti)

Ninguém sabe ao certo o número de filmes. Alguns falam em algo entre 300 e 400 produções. Tampouco há uma vertente estética que confira à ressurreição do cinema brasileiro um caráter de movimento. A única certeza é a de que a Lei do Audiovisual, promulgada em 1993, tirou a produção cinematográfica do atoleiro em que se encontrava nos anos imediatamente anteriores em razão da omissão e de desastradas intervenções do poder público.

Em 1994, o filme Carlota Joaquina, dirigido por Carla Camaruti, daria início ao que se convencionou chamar de Cinema da Retomada. O ano seguinte, porém, pode ser considerado um marco por trazer à tona uma produção regular, coisa na época inimaginável até para os mais otimistas. Há divergências sobre a ordem cronológica da Retomada. Para alguns, Cidade de Deus (2002) decretou seu fim; para outros, a vitalidade da indústria cinematográfica brasileira é um sintoma de que ela está longe de esgotar-se.

O fato é que, nestes últimos dez anos, os realizadores brasileiros foram responsáveis por uma produção rica e diversificada. Para fazer um balanço crítico deste período, o Jornal da Unicamp convidou três professores do Departamento de Cinema (Decine) do Instituto de Artes (IA): Fernão Pessoa Ramos, Fernando Passos e Nuno Cesar de Abreu, os dois últimos também cineastas. O diagnóstico: o cinema nacional não só está muito vivo, como também retrata as contradições do país

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2005/ju304pag05.html

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